O casal Raquel da Silva Oliveira e Elienay Pinheiro esperou 6 anos na fila de adoção para conseguir a guarda da pequena Eloá, de 2 anos. A menina morreu na manhã desta quinta-feira (11), após um tiro acidental disparado pela prima, de 5 anos, em Cuiabá.
Raquel e Elienay obtiveram a guarda de Eloá em setembro de 2021. Em agosto de 2022, eles realizaram o sonho e conseguiram registrar a certidão de nascimento da filha, que passou a levar o sobrenome do casal.
“É com muita alegria que compartilhamos com vocês a grande benção. Estamos com a certidão de nascimento da Eloá, tendo Elienay e Raquel como pais. Oficialmente filha no documento porque no coração já é filha há muito tempo. Obrigada a todos pelas orações”, escreveu Raquel em suas redes sociais.
Elienay é 2º sargento da Polícia Militar e atua no setor administrativo. Ele estava em casa, no bairro Santa Cruz II, com a filha Eloá, o irmão dela, de 8 anos, e a sobrinha, de 5, que passava férias com a família. As duas meninas brincavam no quarto, quando a mais velha achou a arma do policial no fundo falso de uma gaveta.
A criança acabou atirando acidentalmente na cabeça da prima, que morreu na hora.
“Ele é policial militar, tem uma arma em casa. [A arma] estava em algo parecido com um criado-mudo, em um fundo falso, perfeitamente apropriado. Agora estamos tentando entender como uma criança de 5 anos conseguiu acessar”, afirmou o pastor Jairo Ishikawa, da Igreja Batista da Paz, que dá assistência à família.
Em nota, a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de MT (ACS-PMBM/MT) lamentou a morte da menor.
“A ACS está mobilizada para prestar todo o apoio possível à família do policial nesse momento trágico”, diz trecho da nota.
O comandante da Polícia Militar, tenente-coronel Alexandre Mendes, também se pronunciou sobre o caso, prestando condolências à família e disse estar devastado com a notícia.
Confira a nota completa:
“Estamos todos devastados pelo trágico episódio ocorrido nessa manhã de 11 maio a envolver policial militar, e uma arma sob sua responsabilidade, que após incidente a ser esclarecido vitimou uma criança dentro de casa em Cuiabá.
Sabemos, como profissionais, da absoluta necessidade de cautela quanto à guarda e manuseio de armas de fogo, especialmente no interior de nossos lares. Sabemos, ainda, que todo pré-julgamento ou mesmo a politização do caso no inflamado debate do desarmamentismo, carece da devida investigação já iniciada e, por isso, impede qualquer palavra final agora. Até em respeito à dor de um pai que perde a filha de dois anos.
O que nos cabe assim é ofertar todo apoio e suporte à família, mobilizando nossa assistência social para cuidar daqueles que se encontram em carne viva diante de tamanho sofrimento”.