16/05/2023 às 09h08min - Atualizada em 16/05/2023 às 09h08min

Polícia Civil cumpre mandados contra políticos e empresários por desmatamento ilegal em MT

Conforme a investigação os proprietários das madeireiras, alvos da operação, são agentes políticos e empresários locais, que utilizam terceiros como "laranjas"

Redação
Repórter MT
Reprodução

A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (16) a Operação Ronuro, para cumprimento de mandados de busca e apreensão contra uma associação criminosa que vinha agindo na extração e desmatamento ilegal de madeira, na região Norte do Estado. 

Conforme a investigação os proprietários das madeireiras são agentes políticos e empresários locais, que utilizam terceiros como "laranjas" para mascarar o comércio irregular da matéria-prima, burlar a administração pública ambiental e fiscal, praticando o crime ambiental e a sonegação de impostos, além do prejuízo ao meio ambiente e social. Os nomes não foram divulgados pela polícia.

Ao todo, são 22 mandados de busca e apreensão, cumpridos pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema). As ações também contam com apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), e Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), além das equipes policiais das Diretorias do Interior e de Atividades Especiais.

 

As ordens de buscas e apreensões têm como alvos endereços de pessoas físicas e jurídicas, nos municípios de Cláudia, Feliz Natal, Nova Ubiratã e Sorriso.

 

Além dos mandados de busca e apreensão, os locais ondem funcionam as madeireiras serão bloqueados e terão as atividades suspensas, até o término das investigações.

 

Investigação

As investigações iniciaram no segundo semestre de 2019, após denúncias de que pessoas envolvidas no comércio de madeira na região estavam praticando ilícitos ambientais e fazendo a extração ilegal na Estação Ecológica Rio Ronuro.

Após a pandemia da covid-19, no mês de fevereiro de 2022 as diligências foram intensificadas pela Dema para identificar os agentes responsáveis pelo dano ambiental, com a extração e desmatamento ilegal da vegetação nativa preservada na estação ecológica situada em Nova Ubiratã.

Conforme a apuração, a associação criminosa cometia o desmatamento visando lucro financeiro a qualquer custo, com a destruição da vegetação e sem se preocupar com os danos ambientais, a fauna e tampouco a sociedade local e mato-grossense.

Os indícios apontam que integram esse grupo investigado, agentes políticos, madeireiros, empresas transportadoras, pessoas físicas e jurídicas, que vinham se beneficiando com a extração, desmatamento e o comércio das madeiras retiradas ilegalmente da Estação do Rio Ronuro.

“A área conta com uma biodiversidade de extrema importância para o meio ambiente e este tipo de ação humana, quando excede os limites da lei, prejudica o espaço natural e as espécies que ali vivem, além da sociedade como um todo”, destacou a delegada titular da Dema, Liliane Murata, acrescentando que a operação visa à responsabilização criminal dos investigados pela prática de ilícitos ambientais que prejudicaram a estação ecológica.

Operação Ronuro

O nome faz referência à área Estação Ecológica (Esec) Rio Ronuro, localizada no município de Nova Ubiratã, criada pelo Decreto n. 2.207 de 23 de abril de 1998. A estação abrange uma área aproximada de 131.795 hectares, cujo objetivo é proteger o ambiente natural e os ecossistemas existentes. É uma unidade de conservação estadual.

 
 

 


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