Um menino de 6 anos ficou ferido após ser atacado por um macaco, em uma Área Verde, em Sorriso, nesse domingo (21). A criança, identificada como Heitor, precisou levar quatro pontos na cabeça. Um vídeo registrou o momento do ataque.
Conforme as imagens registradas, o macaco estava no tronco de uma árvore e, em seguida, pula na cabeça da criança, que tenta se desvencilhar do animal. Em um um outro trecho do vídeo, o animal tenta pegar um cachorro que se aproxima do local em que ele está.
Heitor fazia um piquenique com a família, quando viu o macaco na árvore. Segundo o tio do menino, Michael Veras, a criança chegou mais perto para olhar o animal, momento em que foi atacada.
O menino foi levado para uma unidade de saúde do município, onde recebeu quatro pontos na cabeça. Em seguida, ele foi transferido para um hospital de Colíder, para receber soro antirrábico, pois, segundo a prefeitura, o medicamento estava em falta na cidade.
Captura do animal
Como a macaca em questão foi identificada como responsável por outros ataques na Área Verde, neste momento uma equipe do Núcleo Integrado de Fiscalização (NIF), realiza a captura do animal para posterior transferência dela para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Cuiabá. A medida é para garantir a segurança tanto da população como do animal.
Campanhas constantes
Com campanhas permanentes alertando sobre o perigo de alimentar animais silvestres, em 2022 a Prefeitura intensificou o trabalho, voltando a reforçar os avisos sobre os perigos em março deste ano. A campanha educativa lembra que alimentar os animais é uma prática proibida e perigosa, tanto para a pessoa quanto para os animais.
Somente nesse ano, a Vigilância Epidemiológica do Município já registrou 12 ataques, número que subiu para 13 com o ataque do último domingo. Ocorreu um registro em janeiro, um em fevereiro, nove em abril e dois em maio.
O secretário de Agricultura, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (Samatec), Marcelo Lincoln, frisa que devido ao hábito de ser alimentados, os animais acabam “tomando confiança e se aproximando das pessoas, o que acaba gerando o ataque, pois eles vão em busca de comida”, destaca. “No caso específico dessa macaca ela é bem conhecida dos visitante e se aproxima com facilidade, infelizmente esse contato levou a essa situação do fim de semana que lamentamos muito”, completa.
Há placas em todos os espaços verdes solicitando que a população não alimente os animais; a orientação é para que todos observem esses pedidos e não alimentem para proteção do animal e proteção própria.
Soro antirrábico
Como o macaco pode transmitir zoonoses – doenças infecciosas transmitidas entre animais e pessoas; há sempre a necessidade de aplicação do soro antirrábico. Infelizmente no domingo, não havia doses disponíveis para aplicação e o paciente precisou ser transferido para receber o medicamento.
Vale lembrar que a falta de soro antirrábico é um problema recorrente enfrentado pelo país. No Brasil, há apenas um laboratório que fornece o medicamento e o mesmo não consegue atender a demanda do país todo. Recentemente, em abril, o Ministério da Saúde, emitiu a Nota Técnica 23/2023 reforçando que os estoques estão limitados e o repasse aos estados e municípios está comprometido.
Novamente, há a recomendação, do próprio Ministério para que a população evite áreas com possíveis ataques de animais peçonhentos.
Pedido estendido
Ainda, a Prefeitura alerta que o pedido para que a população não alimente nenhum animal se estende para todas as espécies presentes no Parque Ecológico, no Marco Zero e em áreas verdes, quer seja macaco, pássaros, tartarugas, patos e também os peixes.
Vídeo: