A delegada de Sorriso, Jéssica Assis, afirmou que o operador de máquinas, de 36 anos, preso no último sábado (20) estuprou a enteada por quase 11 anos. A adolescente, hoje com 17 anos,sofria abusos sexuais desde os 5 anos.
O operador foi preso na noite do último sábado (20) pelo crime, no Distrito de Primaverinha. A partir das investigações, a Polícia concluiu que a mãe da jovem sabia sobre os abusos e fez vista grossa para acobertar o crime.
“Pelo que foi apurado e pelo relato da vítima, ela foi abusada pelo padrasto dos 5 aos 16 anos de idade e até mesmo chegou a ser dopada. Provavelmente esse foi o primeiro episódio de estupro cometido com conjunção carnal contra ela”, disse a delegada em coletiva à imprensa local.
A delegada contou, ainda, que os crimes foram cometidos também em Mato Grosso do Sul e em São Paulo, já que a família se mudava muito, passando poucos meses em cada cidade. Em Sorriso, o homem foi autuado por violência psicológica.
Segundo a delegada, o homem mantinha uma obsessão pela menor de idade.
“Uma vez que ele retinha pagamentos dessa menina, ele a vigiava, perseguia, tinha uma relação extremamente doentia com a enteada. Uma pessoa que ele deveria proteger, mas abusava”, explicou.
Estupro de vulnerável
Segundo a delegada, o que chama a atenção no caso é o fato da mãe saber de todos os abusos sofridos pela jovem e não ter feito nada a respeito.
“Tanto essa mulher quanto esse homem serão indiciados pelos crimes de estupro de vulnerável”, afirmou a delegada. A investigação será feita de forma fragmentada, por cada Polícia das cidades onde os crimes foram cometidos.
De acordo com o relato da vítima, em uma das cidade em que morou, o padrasto, que além de abusá-la sexualmente a agredia, se gabava de marcas deixadas na jovem.
“Esse sujeito se gabava perante vizinhos: ‘Olha isso aqui que eu fiz nela’, ‘olha essa marca’, e ninguém fez nada, ninguém procurou a Polícia”, disse a delegada
“Uma comunidade que é conivente, que aceita esse tipo de situação, é uma comunidade criminosa, uma comunidade que está doente. [...] O que não pode é uma pessoa passar 11 anos da vida sendo abusada sem ninguém tomar nenhuma atitude”, disse.
A jovem conseguiu ajuda para denunciar o caso com uma empregadora, que lhe deu apoio para trazer o caso à tona.