O presidente Lula (PT) disse hoje que já defendeu o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, no exterior em diversos momentos e comemorou o reencontro entre os países, dizendo que "a volta da relação entre as nações agora é plena". Os dois falaram com a imprensa após uma reunião reservada no Palácio do Planalto, em Brasília.
O petista disse sempre ter considerado "absurdo" que as pessoas que defendem a democracia também neguem que Maduro é o presidente da Venezuela. Lula citou o fato de alguns países considerarem o opositor venezuelano Juan Guaidó como líder do país.
"Como um continente que conseguiu exercer a democracia tão plena, como a Europa exerceu, quando construiu a União Europeia, poderia aceitar a ideia de que um impostor pudesse ser Presidente da República apenas por não gostarem do presidente eleito", disse Lula.
Lula também disse que a Venezuela sempre foi um grande parceiro comercial do Brasil: "Nossa relação comercial já teve um fluxo de praticamente US$ 6 bilhões, e hoje tem pouco menos de US$ 2 bilhões. Isso é ruim para a Venezuela e para o Brasil", afirmou.
O brasileiro comemorou a volta das relações entre os países e criticou o fato de que presidentes anteriores tenham "passado tantos anos sem diálogo com uma autoridade de um país amazônico" e que tem extensa fronteira com o Brasil. Por fim, ainda disse que a relação entre os dois países servirá para combater o narcotráfico, quando, na verdade, Maduro é procurado pelas forças de segurança dos EUA justamente por esse tipo de crime.
"A volta da relação Brasil-Venezuela é plena. Que não seja somente comercial, mas também política, de ciência e tecnologia, entre juventudes, entre universidades e, inclusive, entre Forças Armadas, trabalhando nas fronteiras para que a gente combata o narcotráfico", afirmou o presidente Lula.