Cerca de 870 pessoas passaram a madrugada mais fria do ano, com mínima de 9,9ºC, nas ruas de Cuiabá. Isso porque elas vivem nessa situação de vulnerabilidade social, de acordo com o registro do Cadastro Único (CadÚnico), um programa social do governo federal.
Já a Secretaria Municipal de Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência (SADHPD) identificou mais de 600 pessoas em situação de rua, conforme levantamento mais recente da pasta.
Ao g1, a coordenadora do Movimento da População de Rua, Rubia Cristina de Jesus Silva, contou que as dificuldades são múltiplas, e a ajuda, é pouca.
“Estamos sobrevivendo. A assistência social ajuda com cobertores e marmita, mas não é suficiente, pois nem todos conseguem um lugar coberto para dormir, para se proteger da garoa. Imagina achar um papelão seco num tempo desse?”, questionou.
Silva ainda destacou o empenho que o movimento coordenado por ela tem conduzido na capital.
“É muito sofrido. A nossa luta é por moradia para essa população em situação de rua. Moradia primeiro e aluguel social. Eu passei anos na rua e sei o quanto é sofrido”, afirmou.
Segundo a secretaria, nesses dois primeiros dias de frio, cerca de 50 pessoas em situação de rua aceitaram serem acolhidas em albergues pelo projeto social da prefeitura “Quero Te Conhecer”. Ao todo, são 231 acolhidos nas três unidades do programa social.
As unidades na capital, de acordo com a secretaria, é a Unidade de Acolhimento para Adultos do Porto, da Guia e Associação Terapêutica e Ambiental Paraíso (Atap). Cada local abriga até 50 vagas.
Além disso, a pasta também distribuiu cobertores e entregou refeições aos que continuam nas ruas.