A técnica de enfermagem Tatiane Borralho de Oliveira Silva, mandante do assassinato do sargento aposentado da Polícia Militar, Noel Marques da Silva, 53 anos, ocorrido em 2020, foi condenada pelo Tribunal do Júri a 22 anos de prisão em regime fechado. A decisão foi proferida na sexta-feira (30) pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira.
Além dela, Cleyton Cosme de Figueiredo Almeida, um dos autores do crime, foi condenado a 18 anos de reclusão.
Ana Lopes Borralho Filha de Oliveira, mãe de Tatiane, também era julgada por participação no crime. Conforme a denúncia do Ministério Público, ela teria instigado a filha a contratar Cleyton para matar Noel. No entanto, ela foi absolvida.
De acordo com a denúncia, Tatiane era casada com a vítima há aproximadamente 10 anos, mas se relacionava sexualmente com outros homens, inclusive com Cleyton. Na semana anterior ao crime, Noel tinha saído de casa por conta de problemas conjugais e foi morar com o irmão.
Segundo o MP, Tatiane ofereceu recompensa para Cleyton matar o policial para se apropriar dos seus bens e ainda ficar com a sua pensão.
Consta na denúncia que na noite do crime, Cleyton e um comparsa, não identificado, atiraram em Noel quando ele desceu do carro para abrir o portão da casa do irmão. Ele morreu por traumatismo crânio encefálico.
Em seguida, Tatiane foi até o local e se portou de forma fria e dissimulada, mostrando-se mais preocupada em se apoderar do veículo e da moto da vítima, do que propriamente com a morte do marido.
“Como se vê, o crime foi praticado de forma premeditada e planejada, fria e covarde, o que distancia a conduta do acusado da normalidade do tipo penal”, diz trecho da denúncia.
Filho assassinado
Em 24 de março de 2021, Noel Marques da Silva Júnior, filho do policial militar, também foi assassinado a tiros por Cleyton. Conforme o MPMT, Cleyton cometeu o crime, porque Noel Júnior ia praticamente todos os dias na Delegacia de Homicídios para saber informações sobre o homicídio do pai e auxiliar nas investigações.
Em depoimento prestado à Polícia, segundo o Ministério Público, Cleyton afirmou que também planejava matar Tatiane, já que não teria recebido a recompensa pelo crime cometido contra o PM. O crime só não teria sido consumado porque ele foi preso antes. O homicídio contra Noel Júnior está sendo apurado em processo diverso.