O grupo criminoso alvo da Operação Kuron, desencadeada pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira (04), em Cuiabá e Várzea Grande, usava um equipamento avaliado em R$ 40 mil e que permitia o cadastro de uma nova chave no veículo, facilitando o processo do furto em até dois minutos.
Conforme o delegado Edson Arthur Teixeira Peixoto, o grupo mirava especificamente as caminhonetes Toyota Hilux por serem mais fáceis de abrir, já que só era necessária uma chave de fenda e um emulador para “cadastrar” uma nova chave e ligar o veículo.
Os modelos saem de fábrica com duas chaves, mas com o aparelho usado pelos criminosos, em menos de dois minutos era possível “invadir” a placa central do veículo e adicionar uma terceira chave, com a qual os criminosos acionavam a ignição.
“Ele copia a frequência que a chave original usa para o veículo. Algumas caminhonetes roubadas foram apreendidas com essa chave. Então esse aparelho nada mais é que um emulador. Ele se conecta na central da caminhonete e através dele, consegue cadastrar como se fosse uma chave reserva a mais na placa central da caminhonete”, disse.
Segundo o delegado, o modus operandi do grupo criminoso era o mesmo: os veículos eram abordados na rua, de forma aleatória, em bairros onde os moradores tem maior poder aquisitivo, onde há maior incidência desse tipo de crime.
O delegado disse que ainda não há elementos que confirmem que essa quadrilha é a mesma que furtou a caminhonete do secretário de Segurança Pública, César Roveri, mas o modus operandi é o mesmo. Investigações estão em andamento para saber se há relação entre os criminosos com o crime que afrontou o chefe da Segurança Pública do Estado.
Além disso, o delegado disse que acredita que há relação entre o grupo preso hoje com uma organização criminosa que atua em Mato Grosso, por sua atuação na fronteira, onde passam os carros adiante.
“A gente sabe que em Cuiabá, por exemplo, há a predominância de uma organização criminosa. Dificilmente uma quadrilha, uma organização estruturada desse tamanho, praticando essa quantidade de crimes não teria o aval dessa organização criminosa, ainda mais que esses veículos, quando recuperados, são recuperados na fronteira”, acrescentou o delegado Diego Alex Martimiano da Silva.