Reprodução A Defensoria Pública da União (DPU) anunciou que vai investigar a situação de conflito de Pequenas Centrais Hidrelétricas dos grupos Bom Futuro e Amaggi com indígenas da etnia Enawene-Nawe na região de Campos de Júlio e Sapezal.
Um grupo de indígenas foi baleado com balas de borracha e chumbo por seguranças das PCHs no final de junho. Eles protestavam em busca de melhorar as condições de um acordo de compensação fechado com as empresas há cerca de 10 anos.
Os Enawene-Nawe apontam que as PCHs prejudicaram o fluxo dos rios, prejudicando e impedindo a reprodução dos peixes.
"Isso é muito preocupante, pois evidencia um grave dano espiritual aos povos indíngenas, já que a pesca desempenha um papel fundamental na vida ritual desse povo, sendo também sua principal forma de subsistência", apontou o defensor regional de Direitos Humanos da DPU em Mato Grosso, Renan Sotto Mayor.
A DPU também apura os ataques, que além dos tiros de balas de borracha teve, segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), pertences dos Enawene-Nawe queimados.
As empresas donas da PCHs conhecidas como Complexo Juruena entraram com uma ação de "interdito proibitório" na Justiça Federal para impedir o que, segundo elas, seria uma tentativa de invasão de suas áreas por parte dos indígenas.
A Funai rechaça essa tese e pediu a rejeição da ação. De acordo com o órgão, os indígenas queriam apenas protestar em frente à entrada de uma das usinas para tentar reunião com representantes das empresas. Prova disso seria que os indígenas estavam desarmados quando foram alvo dos tiros dos seguranças.
