A Polícia Civil de Lucas do Rio Verde cumpriu um mandado de prisão contra um líder religioso acusado de usar um centro espírita para cometer crimes sexuais. Três mulheres denunciaram as supostas práticas criminais, e outras vítimas também podem estar envolvidas.
De acordo com as investigações conduzidas pela delegada Ana Carolina Terra, o líder religioso agia por meio de manipulação psicológica das vítimas, convencendo-as a participar de rituais para suposta cura espiritual.
“Ele atuava com base em manipulação psicológica das vítimas no intuito de que fossem aplicados alguns rituais. Nesses atendimentos, ele aplicava atos libidinosos falando que seria para cura espiritual. Falava que precisa renovar as energias das vítimas, alguma coisa nesse sentido, e acabava ali com essa fraude, aplicando alguns atos libidinosos”, descreve a delegada.
Três mulheres compareceram à delegacia para denunciar o líder religioso, e as investigações apontam para abusos ocorridos após a ingestão de um chá em um dos casos, enquanto nos outros dois casos foram relatados toques inapropriados, sem a ingestão do chá.
“Um caso já teria sido abuso propriamente dito, após a ingestão do chá, enquanto os outros dois casos foram questão de toque mesmo, no sentido de que houve uma renovação de energia, aonde as vítimas não chegaram a tomar esse chá”. disse a delegada.
As investigações ainda indicam que outras mulheres, não residentes em Lucas do Rio Verde, também expuseram situações semelhantes por meio de redes sociais.
“Nós fizemos outros levantamentos que identificaram vítimas fora da cidade. Existem denuncias que estão expostas em páginas do Facebook. Então iniciamos essa investigação e chegamos a um arcabouço de elementos mais sólidos, representamos pela prisão preventiva do suspeito que foi cumprida na tarde de hoje” comentou Ana Carolina Terra.
A polícia, que cumpriu o mandado de prisão preventiva do suspeito, espera que a divulgação da detenção encoraje outras possíveis vítimas a denunciarem. A delegada enfatiza a importância de coletar mais provas e evidências para finalizar o procedimento policial e encaminhá-lo ao judiciário.
“Nós vamos com essa exposição, tentar localizar mais vítimas. A última vítima, ela veio após ter conhecimento de que a segunda vítima teria vindo, e nisso ela ganhou força e conseguiu ter voz para representar e relatar o que teria acontecido com ela também. Então, com essa exposição que a gente consiga novas vítimas. A partir aqui vamos terminar de coletar provas, evidências, vamos realizar o interrogatório dele e de outras testemunhas com o intuito de arrecadar maior numero de elementos possíveis para finalizar o procedimento policial e encaminhar para o judiciário”, concluiu a delegada.
Representantes do líder religioso optaram por não se manifestar sobre o caso.