O sargento PM Gabriel Castella Cardoso, 34 anos, tirou a própria vida na noite deste domingo, 22 de outubro. Ele estava preso após matar o também policial militar Willian Ferreira Nascimento, 42 anos, dentro do Batalhão de Polícia de São José do Rio Claro, na tarde de sábado, 21. Mesmo preso, ele teria conseguido acesso a uma arma de fogo.
Diante da dupla tragédia, o secretário de Estado de Segurança Pública, coronel Roveri, decidiu afastar o comandante do batalhão de São José do Rio Claro, tenente-coronel Cristiano Vasconcelos. O ato deve ser publicado em breve.
Um inquérito policial deve ser instaurado para apurar como Gabriel teve acesso a uma arma de fogo, já que estava preso após matar seu colega de farda a tiros dentro do batalhão. O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Corrêa Mendes, viajará para a cidade na manhã desta segunda, 23, para participar das apurações.
Informações preliminares apontam que Gabriel e Willian tinham uma desavença antiga, incluindo relatos de assédio moral. Ambos eram sargentos da Polícia Militar, muito respeitados na cidade pelos serviços prestados.
Na tarde de sábado, Gabriel estava de serviço e teria discutido com Willian. Em meio à confusão, ele atirou seis vezes contra o colega.
O policial que registrou o boletim de ocorrência já havia indicado o receio de que Gabriel tentasse contra a própria vida. No documento, ele afirma que recolheu a arma de Gabriel logo após o crime, ao dar voz de prisão e ler seus direitos.
“Ademais, temi que o Gabriel pudesse tirar a própria vida, já que o mesmo já me havia revelado pensamentos suicidas”, escreveu o oficial.
O corpo de Gabriel já foi liberado. Durante sua saída, policiais e amigos se reuniram em frente ao hospital para prestar uma última homenagem.
CONFIRA A NOTA
Nota à imprensa do Cmt-Geral da PMMT
Em virtude do agravamento do trágico episódio ocorrido ainda no sábado em São José do Rio Claro, onde o Sgt William veio a falecer, e que se desdobrou horas atrás no suicídio do Sgt Gabriel, decidimos nos deslocar para o município de S. J. do Rio Claro, onde iremos conduzir às ações de modo a esclarecer os fatos que têm nos estarrecido. Tal medida, facilitada pela nossa presença junto à tropa, visa desencadear uma série de medidas de suporte operacional ao policiamento, bem como de atendimento psicológico multidisciplinar e de Polícia Judiciária Militar mais efetiva, tendo em vista, o trágico desfecho do militar preso que aguardava a audiência de custódia ainda pela manhã de segunda-feira, em Nova Mutum.
Alexandre Mendes - Cel PM
Comandante-Geral da PMMT