18/01/2024 às 09h55min - Atualizada em 18/01/2024 às 09h55min

Juiz mantém prisão de empresário que matou trans: "Frio e extremamente violento"

Jorlan Cristiano Ferreira, 44 anos, matou a e ocultou o corpo da jovem trans Mayla Rafaela Martins.

- Flávia Araújo

O juiz Fabio Petengill, da 2ª Vara Criminal de Lucas do Rio Verde, converteu em preventiva a prisão do empresário Jorlan Cristiano Ferreira, 44 anos. Ele foi preso em flagrante na tarde de terça-feira (16), por matar e ocultar o corpo da jovem trans Mayla Rafaela Martins, 23 anos.

Jorlan passou por audiência de custódia na noite dessa quarta-feira (17). Para manter a prisão, o magistrado citou a garantia da ordem pública, por conta da gravidade do crime e da periculosidade do empresário.
 

“No que se refere à gravidade concreta do crime, vislumbro que o flagranteado teria friamente arquitetado um plano para ceifar a vida da vítima, apenas pelo fato dela, em tese, ter furtado valores em dinheiro do estabelecimento comercial”, diz trecho.

Além disso, o juiz citou a “frieza” de Jorlan para cometer o crime. 

“A capacidade de tirocínio, a ‘calma’ em executar todas essas manobras, inclusive usando o veículo de sua esposa e não o seu próprio, veículo esse que, posteriormente foi encaminhado a um lava jato, demonstram a concreta periculosidade do agente, o que aliado ao crime de ocultação de cadáver, evidenciam, inclusive, que ele não possuía a intenção de se entregar à autoridade policial, e pretendia enterrar o crime com o ‘sumiço’ da vítima, demonstrando o grau de concreto risco do agente à ordem social e à aplicação da lei penal”, salienta o magistrado.

 

“Se a morte de Mayla decorreu de uma vendeta arquitetada pelo custodiado ou se deu-se por um rompante de ódio de um homem que durante a madrugada procurava satisfação sexual é algo que ainda se acha nebuloso, mas o certo é que o agir, qual seja a motivação, no ante e no pós crime, revelou uma personalidade fria, calculista e extremamente violenta”, acrescenta.


O crime

Conforme já divulgado, o corpo de Mayla foi encontrado por funcionários da fazenda Rio Verde, enquanto faziam a colheita. Um deles passou a máquina de plantio por cima do cadáver e assim encontraram Mayla.

Os investigadores chegaram ao criminoso após receberem a informação de que um carro preto abordou a vítima em um posto de combustíveis da cidade. Depois, o mesmo veículo foi visto em direção ao local onde o corpo foi encontrado.

Segundo o criminoso, ele matou a vítima no quintal de sua residência. Em seguida, enrolou o corpo com a lona de uma piscina infantil e ocultou na lavoura, que fica na MT-458, entre Lucas do Rio Verde e Sorriso.

 


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