04/07/2022 às 09h21min - Atualizada em 04/07/2022 às 09h21min

Testemunha pode complicar Paccola: "simplesmente atirou para matar"

Uma reportagem em uma rede de televisão confirma versão de namorada de Alexandre "ele ja chegou atirando"

Uma testemunha da morte do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa de Barros, de 41 anos, ocorrida na última sexta-feira, em Cuiabá, desmentiu a versão apresentada pelo vereador Marcos Paccola, que também é tenente coronel da reserva da Polícia Militar. O oficial é autor dos disparos que tiraram a vida do servidor público.

Uma reportagem do MTTV 1ª Edição, que foi ao ar no último sábado dia 2, revelou que Paccola já “chegou atirando”, sem proferir uma eventual ordem de parada, como a assessoria de imprensa do vereador relatou em nota.
A versão confirma as declarações que a viúva de “Japão”, como também era conhecido o agente socioeducativo, Janaína Sá, vem publicando nas redes sociais desde a morte. 

Na noite da última sexta-feira, o casal colidiu seu veículo com outro carro que estava próximo a uma distribuidora de bebidas no bairro Quilombo, em Cuiabá. Ambos haviam acabado de cruzar uma rua em alta velocidade em direção ao estabelecimento comercial, quando bateram no automóvel. 

“Ela desceu do carro, não estava correndo, nem nada. Estava caminhando só, e o ‘cara’ estava atrás dela. Eu tinha pedido calma para ela. Ai o vereador viu e disparou quatro tiros, não sei se foram quatro ou três tiros, e não houve nenhuma [ordem] assim ‘abaixa a arma!’. [Não] deu voz de prisão, não houve nada disso. Simplesmente ele atirou no policial morto”
diz a testemunha. 




A nota publicada pela assessoria de imprensa do vereador neste domingo, defende que o agente socioeducativo estava armado e ameaçando a esposa. Paccola, que se dirigia a um compromisso e passava pela região, disse ter ouvido pessoas gritando “Ele está armado! e ele vai matar ela” – circunstância desmentida tanto pela testemunha da reportagem da TV Centro América quanto pela viúva, Janaína Sá. 

“Não teve agressão. [Paccola] não foi defender mulher nenhuma. Quem que é essa mulher que o Paccola foi defender. Não teve nada disso. Por que? Ele não deu voz de prisão, eu vi ele vindo, com outro cara atrás. A gente se dava super bem. Ele era muito querido, muito amoroso comigo”
diz a viúva num dos vídeos postados em suas redes sociais. 



CENA DO CRIME

Ainda de acordo com a testemunha, uma terceira pessoa, que dirigia um Sandero prata, pegou a arma de fogo que seria do agente socioeducativo e saiu da cena do crime. Ela conta na reportagem que a arma foi entregue pelo próprio Paccola, e que um outro policial militar, que atendia a ocorrência, disse para ele “ir embora”. “Tinha um carro prata, um Sandero prata. O que foi visto foi o vereador entregando uma arma para ele e o cara indo embora. A Polícia pediu para o cara ir embora, liberou o cara. Ele foi embora com a arma. Eu não sei de quem é a arma”, revelou a testemunha. 

A nota publicada pela assessoria de imprensa confirma que um assessor do vereador Coronel Paccola recolheu a arma de fogo supostamente utilizada por “Japão” para ameaçar o vereador. O texto, porém, não detalhou a destinação do objeto bélico. 

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