14/11/2024 às 16h15min - Atualizada em 14/11/2024 às 16h15min

Apostas Online: Impactos na renda familiar, saúde do trabalhador e produtividade nas empresas

Alerta Total MT - Poliana Brandão
O crescimento das plataformas de apostas no Brasil vem impactando diretamente os hábitos de consumo e trazendo preocupações sobre o bem-estar financeiro e a saúde mental dos trabalhadores. Segundo dados do Instituto Locomotiva, o número de brasileiros que já apostaram online subiu para 52 milhões, um aumento expressivo em relação aos 38 milhões do primeiro semestre de 2024. Desse grupo, uma parte significativa utiliza recursos destinados a itens essenciais, como alimentos e medicamentos, comprometendo a renda familiar e a produtividade no trabalho.

Diante deste cenário alarmante, o Sistema Fiemt (Federação das Indústrias de Mato Grosso) tem ampliado o debate sobre o impacto negativo das apostas nas famílias e nas indústrias, especialmente nos setores onde o vício e o endividamento dos trabalhadores afetam diretamente o desempenho e a segurança. Em dezembro, o Sesi MT lançará um programa de educação financeira focado em auxiliar funcionários a lidarem melhor com o consumo e a saúde mental. Este esforço busca conscientizar sobre os riscos das apostas, que, além de comprometerem o orçamento familiar, têm levado trabalhadores a comportamentos de risco, como apostar em locais inadequados durante o expediente.

Estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) revelam que o Brasil lidera o acesso mundial a plataformas de apostas online. Gustavo de Oliveira, vice-presidente da Fiemt, aponta que a prática está ligada a riscos de segurança, pois há relatos de funcionários apostando enquanto operam máquinas ou dirigem, criando um risco iminente.

A Federação sugere a regulamentação das apostas, com medidas que incluem a suspensão temporária do uso de PIX e cartões de crédito para esse fim, além de limites financeiros por transação para reduzir o impacto econômico das apostas. A criação de uma força-tarefa voltada ao combate ao superendividamento e campanhas de conscientização são igualmente recomendadas, junto à promoção de uma publicidade responsável.

Um dado preocupante é a alta incidência de apostas entre beneficiários do Bolsa Família, com um gasto de R$ 3 bilhões em agosto, segundo o Banco Central. Frente a isso, o vice-presidente da Fiemt, Frank Almeida, defende a inclusão da educação financeira nas escolas e nas famílias, ressaltando a necessidade urgente de regulamentar o setor para proteger o bem-estar social.

Essas ações visam não apenas reduzir o impacto financeiro e social das apostas, mas também promover um ambiente de trabalho mais seguro e produtivo.

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