29/11/2024 às 16h32min - Atualizada em 29/11/2024 às 16h32min

Sindicato denuncia prefeitura de Cuiabá por atrasos salariais e irregularidades na saúde

Alerta Total MT - Poliana Brandão

O Sindicato dos médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT) denunciou a Prefeitura de Cuiabá por atrasos salariais e irregularidades administrativas no setor da saúde. A denúncia foi apresentada na última quinta-feira (28) ao Ministério Público Estadual, ao Ministério Público de Contas e à equipe de transição do prefeito eleito, Abílio Brunini.

Crise e ameaça de paralisação

A APP Serviços Médicos, empresa terceirizada que fornece médicos para a UTI pediátrica do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), ameaçou paralisar os serviços devido a uma dívida de R$ 3,3 milhões acumulada pela empresa cuiabana, responsável pela gestão hospitalar. A empresa afirmou estar sem receber pagamentos desde novembro de 2023.

Na sexta-feira (29), a Prefeitura anunciou que a greve foi evitada após um acordo entre a APP e a direção da empresa cuiabana de saúde pública (ECSP), garantindo a continuidade dos atendimentos.

De acordo com o sindimed, médicos contratados e efetivos enfrentam atrasos frequentes no pagamento de salários, plantões, décimo terceiro e incentivos como o prêmio saúde. O sindicato argumenta que esses atrasos impactam a vida dos profissionais, comprometem o atendimento à população e ameaçam a continuidade dos serviços de saúde pública.

Os pedidos apresentados incluem:

Investigação de improbidade administrativa contra o prefeito Emanuel Pinheiro;
Análise da compatibilidade dos gastos da saúde com a Lei de Responsabilidade Fiscal;
Relatórios detalhados sobre receitas e despesas da saúde municipal;
Pagamento imediato das parcelas salariais atrasadas.

A crise na saúde pública de Cuiabá, intensificada pela estadualização da regulação de urgência e emergência em 2023, continua gerando problemas, como:

Superlotação nas UPAs e policlínicas;
Aumento do risco de infecções e óbitos;
Sobrecarga das unidades hospitalares estaduais;
Redução de procedimentos de alta complexidade.

O déficit mensal da empresa cuiabana, responsável pela gestão dos hospitais municipais, chega a R$ 10 milhões. Segundo o promotor Milton Mattos, a situação reflete um colapso financeiro.

Em nota, a Prefeitura destacou que a equipe de transição já trabalha para garantir uma gestão eficiente. A administração municipal sugeriu que o ministério público, em parceria com o governo do estado, busque soluções cooperativas que beneficiem a população.

O caso segue sendo investigado, enquanto as autoridades analisam medidas para mitigar os impactos da crise na saúde municipal.


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