A capacidade de estocagem de grãos está menor do que aquilo que é produzido no Mato Grosso. Sem espaço, alguns produtores rurais estão recorrendo à armazenagem do lado de fora dos silos temporariamente para não perder a produção.
Isso acontece porque nesta safra a comercialização da soja está um pouco mais lenta e, com a antecipação da colheita do milho, os armazéns ficaram cheios.
Para o produtor rural Silvano Filipetto, a colheita de milho foi finalizada em Sorriso, no médio-norte do estado. Parte da produção precisou ficar guardada em um silo próprio.
"A gente produz aproximadamente entre 160 a 180 mil sacas de milho. Nós conseguimos armazenar 35 mil. Então, a nossa capacidade de estoque de milho é um quinto da produção. O que a gente faz aqui na fazenda é um verdadeiro malabarismo"
contou.
Quando a colheita começou, Filipetto já tinha vendido toda a colheita da soja na safra de verão e o armazém estava livre para receber o cereal, que vinha apresentando boa produtividade com uma média de 140 sacas por hectares, o que representa 55% a mais do que no ano passado.
Segundo ele, o trabalho também estava mais rápido, uma vez que a colheita iniciou 15 dias antes do previsto. Com isso, ele precisou buscar outros armazéns para continuar guardando os grãos sem parar a produção.
"Plantamos cedo, colhemos bem e houve esse problema 'bom', porque temos mais milho do que a nossa capacidade, temos mais do que vendemos. Mas chegou um momento em que tive 50% da minha colheita e não havia mais espaço. Então, liguei para alguns armazéns da cidade e nem eles não tinham mais espaço também"
disse.
Nesta temporada, o estado deve terminar com uma produção acima de 80 milhões de toneladas de grãos de soja e milho.
Contudo, a capacidade de armazenamento em Mato Grosso é menos da metade disso, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab.