A primeira pessoa que ele comentou foi com a chefe. "Eu fiquei muito nervoso e chamei a minha chefe. Primeiro eu tentei me conter e pensei que talvez não possa ser de verdade, talvez possa ser do banco", pensou.
Ao investigar de onde partiu o dinheiro, Daniel descobriu que o PIX partiu de uma corretora de grãos, também em sinop, que errou ao fazer um pagamento.
O supervisor comercial da corretora de grãos, Igor Eduardo Marques, disse que houve um erro de digitação na hora de mandar o PIX. O erro foi identificado posteriormente. "Quando enviamos o comprovante para o fornecedor ele nos disse que estava errado o nome na transferência", comentou.
O representante da empresa informou que tentou contato com o recebedor do PIX, mas não conseguiu. O especialista em segurança da informação, Hércules Brandão Dias, destacou que a pessoa precisa tomar cuidado com abreviações na hora de mandar o PIX. Segundo ele, homônimos e pessoas com nomes parecidos causam muita confusão.
Afirmou que ao identificar erros o primeiro passo é tentar localizar a pessoa. Caso a pessoa se negue, pode ser apropriação indébita, um crime tipificado no Código Penal.
No caso de Sinop, a honestidade falou mais alto. A devolução aconteceu nesta semana, gerando um alívio para o empresário e para o consultor Daniel.
A empresa recompensou Daniel pela atitude. "Não consigo imaginar usando um dinheiro que não é meu", disse o consultor de vendas.
O representante da empresa destacou que recompensou o consultor de vendas pela boa fé em R$ 3 mil, o dobro do salário de Daniel. "Que seja exemplo para outras pessoas pra quando acontecer este erro", disse o representante.