O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), fez nesta sexta-feira (30) seu último pronunciamento público antes de deixar o cargo. Disse que “deu a vida” pelo país, mas que o Brasil “não sucumbirá” a partir do dia 1º de janeiro.
“Dei a minha vida por essa Pátria, fiz tudo pelo Brasil. Tenha consciência disso. O Brasil não vai se acabar dia 1º. Pode ter certeza disso. Hoje temos uma massa de pessoas que passaram a entender melhor de politica, passaram a dar valor nas coisas que achava que não corria risco nenhum e corre risco. O bem vai vencer, temos lideranças por todo o Brasil”, afirmou.
Ainda hoje, o presidente embarca para os Estados Unidos e confirmou que não entrega a faixa para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que toma posse no domingo (1º).
Bolsonaro fez um balanço da gestão e, no fim, lamentou o período em que o Brasil vai entrar no governo petista. Segundo ele, Lula ainda nem assumiu, mas já existem problemas.
“O ‘cara’ nem assumiu ainda e já temos problemas. Os mais humildes vão sofrer. PEC do Fura-teto, vai revogar o decreto de armas, vai voltar a violência no Brasil. Armas são garantia de paz. Quem quer paz, se prepara para a guerra”, disse, defendendo sua lei que ampliou o acesso a armas para proteção pessoal.
Desde o resultado das eleições, em 30 de outubro, Bolsonaro fez apenas dois pronunciamentos. O primeiro, em que autorizou o início da transição, e o segundo sobre as manifestações que bloqueavam estradas no país, pedindo que fosse respeitado o direito de todos.
Segundo ele, manter silêncio foi difícil. “Como foi difícil ficar dois meses calado, trabalhando para buscar alternativas. Qualquer coisa que eu falasse, seria um escândalo. Eu quieto sou atacado!”
Bolsonaro agradeceu os quatro que passou na Presidência da República, disse que não foi em vão e criticou duramente a “Esquerda”.
“Jamais esperava chegar aqui. Se cheguei aqui, teve um propósito. No mínimo atrasar quatro anos que o nosso Brasil mergulhasse nessa ideologia nefasta, que é a da esquerda. Não deu certo em lugar nenhum no mundo, não é no Brasil que vai dar certo. Se cheguei até aqui, teve um propósito. Se você está chateado, constrangido, se coloque no meu lugar. Quantas vezes eu perguntei o que fiz de errado. Dei o melhor de mim, com o sacrifício de quem estava do meu lado. Minha esposa, minha filha. E vocês também sofreram, sofrem agora.”
Por fim, se despediu.
“Acredito em vocês, acredito no Brasil, acima de tudo acredito em Deus. Temos um grande futuro pela frente. Perde-se batalhas, mas não perdemos a guerra. Muito obrigado a todos vocês por terem proporcionado esses quatro anos à frente da Presidência da República. Fui compreendido por muitos, por outros não. Sabem agora dai importância da união, sabem dar valor à liberdade, o respeito ao próximo, amar a família, buscar sempre a paz, a harmonia, não da boca pra fora apenas. Muito brigado a todos vocês, com muita luta e um bom 2023 a todos. Deus abençoe nosso Brasil, vamos em frente.”