"Eles fizeram aquilo que a gente não esperava que eles fizessem. Todos nós fomos pegos de surpresa. A polícia de Brasília negligenciou. A inteligência de Brasília negligenciou. Na minha diplomação, a polícia de Brasília acompanhou pessoas tocando fogo em ônibus e nada foi feito. Tinha soldado do Exército Brasileiro conversando com as pessoas como se fosse aliados", declarou.
Ainda segundo o presidente, os golpistas serão devidamente punidos e as investigações vão tentar encontrar os financiadores dos atos antidemocráticos.
"Nós queremos saber quem financiou porque os mandantes não estavam aqui. Não seremos mornos com ninguém", completou.
Negacionismo
Lula destacou que o Brasil vive um período de negacionismo em relação a diferentes áreas, como saúde, educação e, especialmente, em relação a segurança das urnas eletrônicas.
"O que estamos fazendo aqui [na reunião] é tentar reparar um defeito de lá atrás, quando se começou a negar tudo neste país. Quantas vezes a Suprema Corte foi ofendida? Quantas vezes a Justiça Eleitoral foi negada? Eles começaram a reivindicar a urna eletrônica, que é coisa mais evoluída do ponto de vista eleitoral."
Ao longo da sua fala, o presidente exaltou a democracia e afirmou que não vai permitir que o regime escape das suas mãos. "O que eles querem é golpe, e não vão ter. Não vamos permitir que a democracia escape das nossas mãos. Não me interessa de que partido é o governador. Eu quero que ele respeite", disse.
Caminhada até o Supremo Tribunal Federal
Após a reunião, Lula caminhou com os governadores e ministros até o Supremo Tribunal Federal, que fica localizado na frente do Palácio do Planalto. O presidente convocou o ato simbólico no fim da reunião. Ao chegar na Praça dos Três Poderes, ele voltou a dizer o governo "não vai dar trégua" até descobrir quem financiou os atos terroristas.
O chefe do Executivo também disse que está chateado por ainda está morando em um hotel. O presidente ainda não foi para o Palácio do Alvorada porque o imóvel precisou passar por obras após a saída do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"O que eu estou chateado é que estou morando num hotel e não tem tempo, prazo, para voltar para o Palácio, porque precisa também consertar", disse.