18/01/2023 às 09h49min - Atualizada em 18/01/2023 às 09h49min

Medeiros quer impedir que parlamentares tenham contas suspensas pela Justiça

Autor do projeto, José Medeiros já teve suas contas suspensa por decisão judicial pelo menos duas vezes nos últimos dois anos.

Redação - Deilane Lima
Repórter MT

 

O deputado federal José Medeiros (PL) apresentou à Câmara dos Deputados um Projeto de Lei que torna crime de abuso de autoridade a remoção “injustificada” de publicações, páginas ou perfis de parlamentares da internet. De acordo com a justificativa do projeto, essa é uma prática que viola a imunidade que todo parlamentar possui para se expressar.

Medeiros está com os perfis em redes sociais bloqueados por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). E essa não é a primeira vez que isso acontece: em novembro de 2022, após o pleito presidencial, as contas do deputado também foram retidas por determinação judicial, após ter questionado o sistema eletrônico de votação.

“Um número considerável e assustador de decisões judicias foram proferidas para determinar o bloqueio ou a suspensão dos perfis de Deputados e Senadores pelo simples fato de expressarem, por meio da internet, suas opiniões e palavras”, argumenta Medeiros.

O projeto estabelece que a ordem judicial para tirar conteúdos de parlamentares do ar deve indicar qual o abuso de prerrogativa cometido, de modo que as remoções se restrinjam aos eventuais abusos cometidos. Além disso, impede a remoção de publicações, páginas ou perfis de deputados e senadores com fundamento em conteúdo “de natureza isolada e descontextualizada”.

 

Para José Medeiros, as mudanças propostas visam coibir o desrespeito à imunidade parlamentar, que assegura aos Congressistas o direito de não responder judicialmente por suas opiniões e palavras.

“Infelizmente, ao longo do processo eleitoral realizado em 2022, muitos parlamentares foram alvo de suspensão ou bloqueio de suas redes sociais, em flagrante ato de censura e violação das imunidades parlamentares constitucionalmente previstas. (...) Trata-se de condenável violação aos direitos fundamentais que asseguram a manifestação do pensamento e a liberdade de expressão, que caracteriza, ainda, grave ofensa ao exercício do mandato parlamentar”, avalia o deputado.

O projeto deverá ser analisado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). E, em seguida, segue para o Plenário da Câmara.

 


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