A fila de espera de pacientes para consultas, exames, procedimentos cirúrgicos e internações hospitalares para cuiabanos e demais mato-grossenses do interior supera 292,1 mil solicitações para atendimentos.
Segundo levantamento feito pelo Gabinete de Intervenção na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, são 76.316 solicitações de caráter de urgência por uma vaga em um hospital, 183.468 pedidos para consultas e exames e 32.414 requerimentos para atendimentos eletivos.
O Gabinete de Intervenção montou um levantamento, junto à pasta adjunta de Planejamento e Operações, da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá. O documento foi obtido de forma exclusiva pelo Midia Jur.
No relatório, também consta a suposta falta de medicamentos, em especial no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), durante a pandemia de Covid-19.
Segundo o levantamento, a maior fila de espera é referente aos atendimentos ambulatoriais, consultas ou exames que não dependem de internação.
São mais de 183.468 solicitações de diversos pacientes da Capital e do interior aguardando por consultas ou exames, como cateterismo, colonoscopia e atendimentos com diversas especialidades.
Também são 76.316 solicitações hospitalares de caráter de urgência, como atendimentos de cirurgia com cardiologistas, neurocirurgia e pedido de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
A demanda total para atendimentos eletivos, aqueles considerados de não muita urgência e emergência, é de 32.414 solicitações.
A integrante do Gabinete que assina o levantamento, Danielle Pedroso Dias Carmona Bertucini, aponta que muitos pacientes aguardam dias nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) e Policlínicas da Capital a espera por uma vaga de UTI ou enfermaria.
"Esta demora leva a piora do quadro clínico do paciente, o agravamento da doença causando sequelas irreversíveis em alguns casos e até mesmo o óbito de muitos usuários do SUS", destaca.
Danielle cita também que a Central de Regulação "não consegue garantir o acesso aos serviços de saúde aos usuários do Sistema Único de Saúde, seja ele residente ou de outros municípios que têm pactuação de serviços com Cuiabá", devido à elevada demanda reprimida.
O levantamento do Gabinete, assim como outros relatórios e ofícios, foram encaminhados à Justiça para demonstrar que a prefeitura tem descumprido as decisões judiciais na área da saúde e que levou ao afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) do cargo.