31/05/2023 às 10h10min - Atualizada em 31/05/2023 às 10h10min

OAB pede afastamento de Cattani por comparar mulheres com vacas

Deputado pode ser submetido ao Conselho de Ética da ALMT, o que poderia resultar em cassação do mandato

Redação
Midia Jur
Reprodução

A presidente da Comissão da Mulher Avogada da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT) pediu nesta quarta-feira (31) o afastamento do deputado Gilberto Cattani da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

Cattani pode ser enquadrado em quebra de decoro parlamentar após comparar mulheres com vacas e gravar vídeos zombando da repercussão negativa sobre o caso. Em outra ocasião, o deputado também afirmou que a sua esposa gosta de "mugir" para ele.

"Solicitamos providências em relação ao Cattani e as falas em relação as mulheres, as comparações, as chacotas, os termos pejorativos utilizados e a sequência de vídeos em que ele vai intensificando a forma como ele falou e trazendo prejuízos a dignidade das cidadãs mato-grossenses", afirmou Gláucia Amaral, presidente do OAB Mulher.

Após comparar mulheres com vacas, deputado diz que esposa gosta de mugir

Além da solicitação de afastamento, a OAB realizou pedidos de abertura de processo ético na ALMT por quebra de decoro parlamentar contra o deputado.

A deputada Janaina Riva (MDB), que recebeu as solicitações, afirmou que vai processar os pedidos e que vai analisar principalmente a solicitação de afastamento da presidência de Comissão de Direitos Humanos. Janaina havia declarado, em outra ocasião, que havia a possibilidade de Cattani ser submetido à Comissão de Ética da Assembleia, o que poderia levar à cassação do mandato do deputado.

Gláucia também criticou o pedido de desculpas de Cattani, em que ele usa o termo "mulher honesta", que foi revogado do Código Penal brasileiro. Segundo a advogada, a frase remonta ao período da Idade Média.

"Não podemos classificar mulheres, ainda mais rememorando essa expressão, que era usada justamente para retirar proteção legal de mulheres com as quais não se concordava, então mais uma vez houve uma estigmatização", afirmou Gláucia.


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