31/08/2023 às 09h28min - Atualizada em 31/08/2023 às 09h28min

STJ reativa ação penal contra delegado que chamou MPE de "imoral"

Para Reynaldo Fonseca, ministro do STJ, eventuais excessos da liberdade de expressão devem ser analisados

Redação
Mídia Jur
Reprodução

O delegado Flávio Stringuetta, que ficou conhecido em Mato Grosso pelo trabalho a frente da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) voltará a responder a uma ação penal por injúria movida pelo Ministério Público de Mato Grosso.

Em decisão da noite de quarta-feira (30), o Superir Tribunal de Justiça (STJ) determinou o desarquivamento da ação por entender que há indícios de crime na conduta do delegado.

O ministro Reynaldo Soares da Fonseca, que havia arquivado a ação anteriormente, cassou sua decisão anterior após analisar novamente o caso a pedido do Ministério Público Federal (MPF).
 

Fonseca afirmou que ao lançar "novo olhar" sobre o processo entendeu que a liberdade de expressão não é irrestrita e que eventuais excessos devem ser regulados.

"Realmente é necessário um olhar mais atento do julgador aos fatos imputados, para que não se puna o autor do artigo por meras opiniões, em especial a agentes públicos que, de fato, encontram-se mais sujeitos a críticas. No entanto, também não é possível impedir, prematuramente, o trâmite da ação penal, sob pena de se sobrepor o direito de expressão sobre o direito à honra de membros de instituição essencial à função jurisdicional do Estado", concluiu o ministro.
 

Stringuetta chamou MPE de "imoral"

Stringuetta publicou um artigo na imprensa mato-grossense em 2021 chamando o Ministério Público de "imoral" após a aquisição de 400 smartphones, entre eles Iphones de última geração. O MPE respondeu a manifestação do delegado ao informar que a compra foi legal e que atendia as necessidades das promotorias.

"E acrescento: não existe instituição mais imoral que o MPE/MT, que senta na própria moralidade e fala das ilegalidades das outras instituições. Serei processado por isso. Eu sei. E até espero que sim. Pois, assim. Poderei abrir as entranhas desse instituição MPE e, por consequência, talvez, o judiciário", afirmou o delegado.


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