A Comissão de Ética da Assembleia Legislativa decidiu, por três votos a dois, “censurar oficialmente” o deputado Gilberto Cattani (PL), como forma de punição ao episódio em que o parlamentar comparou a gestação de mulheres à de vacas.
Na prática, a censura funciona apenas como um repúdio, publicado no Diário Oficial. Não há nenhuma penalidade.
A decisão deve ser publicada ainda nesta semana no Diário Oficial da Assembleia Legislativa.
A comissão, que é formada pelos deputados Janaina Riva, Max Russi, Diego Guimarães, Júlio Campos e Elizeu Nascimento, decidiu por manter sigilo sobre os votos.
Em junho, a presidente da Comissão de Ética, Janaina Riva (MDB), já tinha falado sobre uma punição mais “equilibrada” a Cattani, pois a cassação seria algo muito severo.
O argumento da deputada foi acolhido pelo colega Max Russi, que destacou que a cassação seria muito grave.
Relembre o caso
Ao defender a criminalização do aborto, Gilberto Cattani comparou mulheres com vacas em período fértil. A denúncia de quebra de decoro parlamentar foi protocolada pela Ordem dos Advogados do Brasil seccional de Mato Grosso e pela Defensoria Pública do Estado.
O episódio envolvendo Cattani ficou ainda mais complicado depois que o parlamentar gravou um vídeo pedindo desculpas às vacas por compará-las com mulheres feministas. Em seguida, veio a público um vídeo em que a esposa de Cattani aparecia "mugindo".
No auge da crise, o parlamentar pediu desculpas às mulheres “decentes” que tivessem se ofendido com as duas declarações.